Implante contraceptivo é inserido no braço
Para quem busca praticidade e segurança na hora de evitar uma gravidez, o Implanon tem se tornado um dos métodos contraceptivos de longa duração mais recomendados por especialistas. Trata-se de um pequeno bastão inserido sob a pele do braço da mulher, que libera hormônios continuamente e oferece proteção por até três anos.
O médico ginecologista Alexandre Amaral destaca como funciona o implante e por que tantas mulheres estão optando por ele.
O Implanon é um implante subdérmico composto exclusivamente de etonogestrel.
Alexandre Amaral
Segundo ele, o dispositivo atua liberando pequenas doses do hormônio diariamente, o que impede a ovulação e promove, em muitos pacientes, uma melhora significativa no fluxo menstrual. “Ele pode levar a paciente a ficar em amenorreia, ou seja, sem menstruar”.
Entre os principais atrativos do Implanon, o especialista destaca a comodidade. Ao contrário de pílulas, adesivos ou anéis vaginais, que exigem uso contínuo e atenção diária, o implante oferece tranquilidade total após a inserção.
O Implanon tem uma praticidade maior, principalmente quando a gente compara com as pílulas contraceptivas.
Alexandre Amaral

Médico ginecologista Alexandre Amaral
Os efeitos colaterais mais comuns, segundo ele, são os mesmos de outros métodos hormonais: náuseas, dor nas mamas, escapes menstruais e, em alguns casos, enxaquecas. Mas ele reforça que a maioria das pacientes se adapta bem ao implante.
Depois de implantado, o Implanon exige apenas cuidados simples, sem muita “dor de cabeça” para a mulher que opta pelo método contraceptivo. É indicado um exame de imagem para confirmar se o bastão está na posição correta. “Principalmente em pacientes que ganham ou perdem peso, porque isso pode interferir na localização do implante”, alertou o médico.
Menstruação pode parar, mas isso não é um problema
Uma das dúvidas mais frequentes entre as mulheres é sobre a interrupção da menstruação. Alexandre explicou que isso pode ocorrer, mas não deve ser motivo de alarme. “Antigamente achava-se que ficar sem menstruar era um grande problema. Hoje, a gente sabe que parar de menstruar por conta de um contraceptivo hormonal é um dos efeitos esperados”, afirmou.
Outra dúvida frequente entre as mulheres é sobre a retirada do dispositivo. Ele diz que quando o Implanon é retirado, o corpo leva pouco tempo para eliminar completamente o hormônio. Em muitos casos, a fertilidade retorna já no próximo ciclo menstrual. “Mas isso vai depender muito do tempo de uso e da resposta individual de cada mulher”, ponderou o médico ginecologista.
Políticas públicas
Em 2021, o Ministério da Saúde havia autorizado a distribuição gratuita do Implanon no Sistema Único de Saúde (SUS), mas a oferta nacional foi suspensa temporariamente. “O implante contraceptivo subdérmico, incorporado no SUS pela Portaria SCTIE/MS nº 13/2021, está sendo reavaliado pela Conitec, por isso não é adquirido, atualmente, pela pasta”, informou o ministério em nota.

Implante tem formato de bastão
Ainda assim, estados e municípios podem comprar e oferecer o método com base em suas próprias demandas e capacidades. A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) e com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Salvador, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Para o ginecologista, o acesso pelo SUS é essencial. “Eu acho isso de suma importância. É dar oportunidade às mulheres de se prevenirem da maneira que elas desejam”, opinou. O Implanon é uma excelente medicação”, concluiu.