Babas de saia tomam conta de Salvador na Sexta-feira Santa

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Tradição passa de geração em geração

Tradição passa de geração em geração |  Foto: Shirley Stolze / Ag. A Tarde

Em Salvador, além de ser um momento para comer peixe e terminar os preparativos para Páscoa, a Sexta-feira Santa também é marcada pelos babas de saia e arrastões.A tradição reúne homens de todos os lugares que decidem jogar bola vestidos de mulher.

Depois que o jogo acaba, ocorre o famoso arrastão, em que as “meninas” se juntam para beber, curtir e dançar. Nesta manhã (18), diversos bairros da capital baiana realizaram seus próprios babas e mobilizaram homens de todas as idades para curtir a festa.

Para cada bairro, uma fantasia diferente. Na comunidade do Largo do Tanque, o grupo As Moralizadas decidiram homenagear a Polícia Militar Feminina. A cada ano, o grupo homenageia um batalhão de segurança diferente. “A gente tem tipo um sonho de ser policial, todo mundo gosta dessa área de segurança pública. Um colega da gente, que foi do Exército, falou ‘vei, o nome vai ser as Moralizadas, o tema vai ser de segurança pública e todo ano vai ser uma segurança pública diferente'”, disse Rafael Santana, um dos fundadores do grupo, em entrevista ao Portal MASSA!.

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Foto: Shirley Stolze / Ag. A Tarde

Inicialmente, o grupo começou o projeto apenas com 20 pessoas. Conforme o tempo foi passando, a brincadeira ganhou proporções maiores e hoje conta com 40 integrantes. “A gente já via em outras comunidades e decidimos trazer para cá. Foi numa conversa da gente na barbearia, depois do Carnaval, a gente planejando qual seria a próxima festa. A gente falou ‘tem a Sexta-feira Santa, sexta tem o que? Baba de saia. Bora fazer'”, afirmou

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Cada time é composto de três jogadores e, se alguém fizer um gol, a equipe vazada precisa dar espaço para outro trio. Caso a partida fique empatada, os times precisam sair de campo após 10 minutos e outros dois trios começam a jogar. E não é apenas os homens que curtem a brincadeira. “As meninas também pediram para jogar. Todo mundo joga junto, elas não são brincadeira, as meninas jogam muito”, contou.

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Foto: Shirley Stolze / Ag. A Tarde

A brincadeira atrai pessoas de todos os cantos do Largo do Tanque. Israel Jorge, 26, nascido e criado no bairro, ressalta a importância da tradição para a comunidade. “É um momento de descontração maior, os amigos todos reunidos, a rua reunida, um dia de alegria para gente. É bastante importante porque o comércio local também ganha com as vendas”, pontuou.

Após o fim do jogo, é o momento de curtir no arrastão. Esse é o primeiro ano em que as Moralizadas organizaram a festa e até quem não jogou bola pode curtir. “A ideia era só um carro de som para a gente curtir parado, só que aí veio a ideia de Rafael de arrodear a rua e todo mundo abraçou”, afirmou Israel.

O momento de curtição é tão importante quanto o jogo de futebol. Em Fazenda Grande 2, o arrastão já é algo tradicional no baba do grupo As Encurraladas. Neste ano, eles decidiram expandir o trajeto percorrido. “O arrastão da gente só ia até a primeira praça das casinhas. Esse ano, tivemos a ideia de ir até o final de linha, porque o pessoal que mora nas casinhas ficou falando ‘po, vocês só vem até a entrada e voltam, é? Venham aqui’. Esse ano vai ser a primeira vez que vamos até lá dar uma volta”, comentou Ueverton Leite, um dos criadores do projeto.

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Foto: Shirley Stolze / Ag. A Tarde

Fantasiado de presidiária, Ueverton explica que o nome do grupo surgiu em homenagem às esposas dos membros, que ficavam “encurralando” quando eles queriam curtir. “A gente saía para poder curtir e elas ficavam ‘você vai chegar que horas? Já demorou demais aí’ aí a gente decidiu botar Encurraladas”, declarou.

O baba das Encurraladas reúne homens de todas as idades. Os mais velhos passam a tradição para os mais novos e, apesar da idade, os pequenos não fazem feito. Inspirado pelo irmão mais velho, Henrique Santos, 8, foi participar do jogo pela primeira vez. “Eu me divirto porque eu gosto muito dessas brincadeiras e gosto de dançar e brincar com meu irmão. Meu irmão é muito bom nisso”, disse.

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Foto: Shirley Stolze / Ag. A Tarde

O incentivo para participar veio de dentro de casa. Henrique conta que sua mãe o apoiou na brincadeira e deu uma ajuda na caracterização. “Minha mãe só passou o batom, mas foi eu que me vesti todo e me arrumei”, contou.

Familiares colam para curtir

Além de uma oportunidade de jogar bola, a Sexta-feira Santo também é um momento de confraternização com a família. A vendedora Milena Santos, 32, foi curtir o arrastão com os parentes e garante que a festa das Encurraladas é tranquila. “É muito bom para os meninos curtirem, se divertirem e comemora a sexta-feira. É tudo familiar aqui”, defendeu.

Milena ressalta o convite para as pessoas que são de outros bairros e desejam curtir. A festa é aberta até para quem não mora em Fazenda Grande 2. “As expectativas são de curtir com a família. Para quem é de outro bairro, pode vir curtir também, que é bom para gente. Aqui é tudo na paz”, concluiu.

Fonte: A Massa

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