Filme tem Benício dele Toro como protagonistas
Existem poucos diretores de cinema que possuem uma marca tão memorável quanto Wes Anderson. Conhecido pelo uso de cores pastéis, apreço por cenas simétricas e um perfeccionismo assustador, o diretor sempre entrega uma experiência curiosa em seus filmes. Depois de uma recepção mista de Asteroid City, Anderson parece ter conseguido reencontrar o equilíbrio entre uma estética marcante e uma história interessante. O Esquema Fenício, que chega nesta quinta (29) aos cinemas, é o filme mais Wes Anderson possível que o diretor poderia produzir.
A obra não apenas reúne todas as características que fizeram o trabalho do cineasta ser aclamado, mas também apresenta uma trama que remete a produções anteriores de Anderson.
Se ligue no trailer:
A história acompanha o magnata Zsa-zsa Korda (Benicio del Toro), que decide nomear sua filha como sua única herdeira. Os dois embarcam em uma jornada em busca de financiamentos para o maior projeto da vida de Korda. Um ponto negativo do longa é a forma como o roteiro acaba dando muitas voltas, o que faz a trama parecer um pouco confusa em certos momentos. Além disso, por ter muitos personagens, alguns deles acabam sendo bem apagados.

Benício dele Toro e Mia Threapleton
Em todos os trabalhos do cineasta, é notável a quantidade de estrelas presentes no elenco. Benicio del Toro, Michael Cera, Tom Hanks, Bryan Cranston, Scarlett Johansson, Benedict Cumberbatch e Willem Dafoe são apenas alguns dos nomes presentes em ‘O Esquema Fenício’.
Apesar do número de atores conhecidos, muitos deles não ganham destaque e servem mais como coadjuvantes de luxo. Os grandes destaques são Benicio del Toro, Michael Cera e Mia Threapleton. Del Toro entrega um protagonista cheio de camadas e que é muito interessante de se acompanhar.

Por sua vez, Threapleton compartilha uma química muito boa com o protagonista, sendo uma das peças principais para a trama funcionar bem. Por fim, Cera começa interpretando o típico personagem estranho que ele já é acostumado mas, conforme o roteiro avança, ele vai ganhando novas camadas interrsantes.
O Esquema Fenício não é apenas um filme visualmente lindo, mas também uma jornada leve de um pai tentando reatar os laços com sua filha. A obra reúne um humor que funciona bem, além de um elenco de milhões que esbanja química.
Um sentimento de infância
Todo mundo comenta o quão visualmente únicas são as obras de Wes Anderson, mas pouco se fala sobre o sentimento que elas transmitem. Os filmes do cineasta carregam um clima gostoso, como se fosse uma lembrança de infância que você nunca teve. O Esquema Fenício é um exemplo nítido de tudo isso.

Os personagens agem de forma teatral, às vezes de modo quase infantil, o que traz uma cara única para todos os diálogos. Além disso, o humor é outro responsável por essa sensação única que a obra carrega. A comédia tem um tom ácido, de maneira que até mesmo as cenas de violência ganham um tom de piada.
Mesmo de maneira leve, a obra também abre espaço para temas mais sérios, sendo o principal deles a religião. Aproveitando que a personagem de Mia Threapleton é uma freira, a trama questiona o papel de Deus e como as pessoas se relacionam com ele.